Ser mulher no mundo corporativo: lideranças femininas

 

Maria da Graça Costi - Diretora de Desenvolvimento Humano da ABRH-RS

 

“Atualmente sou sócia da Desenvolver Consultoria. Desde sempre na minha carreira atuo no papel de consultora, voltada para o comportamento humano e suas interpelações no ambiente organizacional. Na minha trajetória, tive o privilégio de atuar em parceria com consultorias que tinham à frente mulheres que serviram de referência para a minha formação profissional e pessoal. Mulheres fortes, determinadas, voltadas para o ser humano e sua integralidade, sensíveis e, acima de tudo, éticas. Dentre tantos desafios, o maior deles foi sempre me colocar de modo igual, sem considerar gênero acima da competência. Nunca me senti menos capaz por detrimento de ser mulher, mas o meio organizacional exige que tenhamos essa consciência e que nos posicionemos de modo que nossas ideias sejam reconhecidas”.

 

 

Flávia Jovelina Lemos Pereira - Diretora de Remuneração da ABRH-RS

 

“Há anos, a ideia reinante no mercado era a de que trabalhar na área de RH era ‘coisa de mulher’, porém, curiosamente as gerências destas áreas estavam entregues aos homens. Em minha trajetória profissional, trabalhei em empresas com culturas machistas, onde o preconceito era velado, mas permeava toda a organização. No dia a dia ficava mais evidente a sua existência ao realizar um processo seletivo, nas promoções de cargo e de salário, ou ainda, na composição de algumas áreas com a presença 100% masculina. Pessoalmente, passei por poucas situações em que me confrontei com o preconceito, porém, no trato direto com gestores notava-se um resquício de discriminação nos discursos e nas decisões tomadas em relação às equipes. Minha carreira deslanchou, principalmente, em novas oportunidades em outras empresas, a cada troca. O reconhecimento, a valorização e a evolução profissional, aconteceram mais facilmente a cada novo desafio. Vejo que evoluímos muito em busca da igualdade, porém, existem empresas em vários níveis de evolução e desenvolvimento, e estamos longe de termos um tratamento equânime entre homens e mulheres no mercado de trabalho”.

 

 

Carolina Bastos Amoedo - Diretora de Inovação e Educação Corporativa da ABRH-RS

 

“Meu caminho profissional foi trilhado dentro de desafios e oportunidades que surgiram ao longo da carreira. Sempre atuei em RH e, na maior parte do tempo, em indústrias. Sendo mulher e atuando num ambiente tradicionalmente masculino, nunca percebi preconceito ou desrespeito pelo meu gênero, mas acredito que isso seja fruto da postura profissional que sempre pautou a forma como atuo. Os maiores desafios para as mulheres, ao meu ver, são de conciliar a vida profissional com a maternidade. Acho que esse é o momento mais crítico, pois a vida corporativa requer uma dedicação enorme e a mulher vive o dilema de conseguir ‘incluir’ um bebê nessa rotina. Além disso, normalmente, o momento da maternidade coincide com o momento de progressão profissional, o que vivenciei na minha experiência. Ao retornar da licença maternidade, fui convidada a assumir como Supervisora da área, mas isso iria requerer viagens mais frequentes. Acabei aceitando e conseguindo conciliar, mas nem todas mulheres conseguem ter esse posicionamento ou nem todas têm quem as ajude para cuidar da criança. Vejo que as mulheres profissionais mães, inclusive, adquirem mais competências que as apoiam na condução do seu trabalho”.

 

 

 

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