Tecnologia aliada à saúde é tema de painel do CONGREGARH 2019

 

Palestras abordaram como a inovação beneficia colaboradores e clientes de organizações

 

A trilha Saúde e Bem-Estar na Complexidade do CONGREGARH 2019 apresentou temas que aliam a tecnologia e a saúde para o cuidado de colaboradores e clientes. Como palestrantes, a trilha recebeu Cristiano Englert, Cleusa Ramos, Alberto Ogata e Amanda Souza, que enfatizaram a importância da medicina integrar a tecnologia em programas de prevenção e apresentaram cases de organizações que promovem o bem-estar entre as pessoas.

 

A primeira palestra foi apresentada pelo médico anestesiologista head do programa vertical na saúde HealthPlus e mentor de startups, Cristiano Englert, que abordou “A revolução digital e o ecossistema de startups na saúde”. O profissional afirmou que, apesar de os grandes sistemas de saúde estarem ligados a custos, é preciso o envolvimento da tecnologia para monitorar a saúde das equipes. “Existe um grande problema geral: o burned out. Estamos sendo tratados por pessoas que também estão doentes pelo estresse no trabalho”, ressaltou.

 

Com o uso da inteligência artificial, Englert acredita que a medicina pode melhorar seu poder de humanização. “Acredito ainda que irá facilitar e auxiliar na agilidade de processos”, afirmou. Utilizando o Google como exemplo, lembrou que mais de 1 bilhão de pessoas procuram dados de saúde por dia na rede. “Não existe mais a questão de que o médico é a fonte. Insistimos no Blockbuster ao invés de criar a Netflix”, disse o médico.

 

Outro ponto em questão foi a importância da união entre os profissionais das exatas com as humanas. “Na saúde precisamos do conceito de ligar o time de pessoas de alta performance. As soft skills, as habilidades não técnicas, são cada vez mais solicitadas. É preciso trazer as pessoas com lados criativos para o desenvolvimento de novas soluções”, afirmou Englert.

 

Coleta de dados, para poder conhecer os pacientes, reconhecimentos de padrões para a personalização de atendimento, e aplicativos que auxiliam desde a identificação de probabilidades de adquirir alguma doença crônica, como diabetes, até consultas remotas também foram apresentadas pelo profissional. “Temos que parar com a teimosia da tecnologia na saúde e ter um olhar mais receptivo”, ressaltou.

 

Em seguida, Cleusa Ramos, Superintendente de Desenvolvimento Humano do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, apresentou o case de saúde integral, programa que visa a qualidade de vida dos colaboradores e dependentes. A partir de um modelo de gestão desenvolvido em parceria com a Universidade de Stanford, o programa interno transformou-se em um produto, com resultados favoráveis tanto para os colaboradores quanto para a gestão de benefícios de saúde do hospital.

 

Qualidade de vida do colaborador impacta diretamente no financeiro

O bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores foi o tema central da palestra do presidente da Associação Internacional de Promoção da Saúde no Ambiente de Trabalho (IAWHP), Alberto Ogata. Para o médico, ter o melhor plano de saúde ou assistência não significa que o indivíduo tem saúde. “Saúde não é apenas aquilo que o médico verifica”, lembra.

 

O infarto e o derrame são as duas principais doenças que matam no Brasil. Após, aparecem as infecções respiratórias, Alzheimer e pneumonia. “As maiores causas de morte no Brasil estão ligadas a causas preventivas”, ressaltou Ogata. Ainda de acordo com o médico, do um terço da população que possui hipertensão, metade não tem conhecimento da situação.

 

Alguns problemas de saúde dos colaboradores, como dor nas costas e enxaquecas, também impactam diretamente nos resultados da empresa, já que, apesar de não faltar ao trabalho, o colaborador tem dificuldade de produzir. “A incapacidade e problemas na produtividade humana precisam estar no radar. Há casos em que as pessoas não se ausentam, mas afetam diretamente a produtividade. Com quatro ou cinco passos médicos podemos prevenir doenças graves, mas, como não acompanhamos, isso acaba indo ao limite”, ressalta Ogata.

Para Ogata, a saúde mental é o grande gargalo na previdência. “É preciso oferecer essa proteção aos colaboradores e suas famílias”, afirmou. Segundo o médico, quando se fala em saúde mental, não devemos nos limitar apenas ao lado profissional. “A violência urbana, problemas de relacionamento e pessoais, bem como as próprias doenças mentais, precisam ser levadas em conta. Precisamos pensar no todo e oferecer aos colaboradores uma assistência que vai além do profissional”, explica o médico.

 

Toda a contextualização de Ogata surgiu para apresentar números de impactos financeiro na empresas e a importância da gestão dos benefício saúde das organizações. “O custo das internações tem aumentado violentamente nos últimos anos. Quando se faz o acompanhamento da gestão do benefício saúde, é importante discutir com a operadora os serviços e como os mesmos estão sendo utilizados”, disse Ogata. “Se não conseguirmos trabalhar a prevenção com os colaboradores, teremos que passar a vida inteira gerenciando os custos dos benefícios de saúde.”

Para o médico, o trabalho de prevenção deve ser realizado desde criança, para haver a consciência de que evitar é o melhor caminho. “Se enxergarmos a saúde compreendendo que as pessoas precisam estar bem, vamos maximizar o valor do capital humano”, finalizou Ogata.

 

Para demonstrar que o cuidado com o colaborador a partir de ações de prevenção e informação resultam em equipes engajadas e números importantes para a organização, a Gerente de Saúde Assistencial e Promoprev da Abertta Saúde, do Grupo ArcelorMittar, Amanda Souza, apresentou o case da empresa. Entre as ações implantadas houve controle efetivo de atendimento, pesquisas presenciais e em grupo, indicadores que conferiam a qualidade de vida do colaborador e a proposta do Programa Viva+, que oferece cinco eixos de trabalho: Cuide-se, Movimente-se, EMfrente-se, Alimente-se, Oriente-se.

 

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