Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2005, 10% da população estava acima dos 60 anos. Em 2015, este número subiu para 14%. A projeção do IBGE é até 2060 o número seja quatro vezes maior.
Com o aumento da expectativa de vida, a aposentadoria, em alguns casos, chega em uma época onde a pessoa ainda está disposta e sente-se produtiva. Mas após trabalhar 30 ou 40 anos diariamente, muitos não estão prontos para, simplesmente, parar as atividades. A saída da empresa por motivo de aposentadoria pode ser encarada como uma demissão e levar muitas pessoas a se sentirem frustradas. Outra situação é a mudança do padrão de vida. Para a maioria dos trabalhadores do Brasil, a aposentadoria será vinculada ao INSS, o que significa uma brusca alteração nos rendimentos.
Segundo uma pesquisa da Virginia Tech University, os efeitos sentidos por um funcionário que não se prepara para o momento da aposentadoria são refletidos nas organizações, provocando prejuízos emocionais não só no indivíduo, mas também em todo o quadro de trabalhadores. Um dos itens apontados é que a organização tem a ganhar quando ajuda o colaborador nessa transição. Além de demonstrar ser uma empresa humana e que respeita o funcionário, também é uma forma efetiva de planejar a sucessão. Uma das ações sugeridas é apresentar a aposentadoria como uma oportunidade de troca: a empresa auxilia o colaborador no planejamento do pós-carreira e o funcionário retribui, treinando a pessoa que vai assumir o novo posto.
A área de RH é a responsável por gerir ações voltadas ao pós-carreira. Com este auxílio e treinamento é possível tratar o problema de maneira comportamental e aumentar a aderência à educação financeira, melhorando a sinergia entre os colaboradores. Cada organização precisa encontrar o formato ideal para o seu programa de pós-carreira. O importante é apoiar o colaborador desde cedo para a transição. É importante mostrar como o funcionário pode se planejar para aposentadoria, qual o valor que deve ter poupado e quanto necessitará acumular de reservas financeiras para que possa gozar de uma boa aposentadoria. Também é necessário um acompanhamento psicológico, para que a pessoa não encare a aposentadoria como um fim, mas sim, como um momento de mudança e novas perspectivas.
