“A maior armadilha para quem decide adotar as metodologias ágeis é a crença errônea de que elas dispensam o planejamento”. Confira a entrevista de Paulo Sabbag

 

Especialista em gerenciamento de projetos e sócio-gerente da Sabbag Consultoria e Desenvolvimento Metodológico, o empresário Paulo Sabbag está confirmado como palestrante do CONGREGARH 2019, evento que debaterá o tema macro “Liderança Ágil no Mundo Complexo”, entre os dias 15 e 17 de maio, no Centro de Eventos da PUCRS. O palestrante falará sobre “A Resiliência Frente à Transformação Cultural”, às 14h da sexta-feira (17).

 

Em entrevista exclusiva, Sabbag falou sobre as temáticas de sua palestra no evento: gerenciamento de projetos, planejamento, liderança, entre outras. Confira abaixo!

 

- Como se introduziu metodologias ágeis no segmento de gerenciamento de projetos?
A metodologia ágil nasceu em 2004, como preocupação de desenvolvedores de sistemas. Naquela época havia um uso deturpado da metodologia de gerenciamento de projetos que prezava muito a “papelada”: coleta de requisitos e preparo de especificações de sistemas. A isso eles se rebelaram, criando novas metodologias para uso não só em projetos de tecnologia. Noto o uso dessas metodologias na criação de novos negócios, situação em que os planos de negócio podem criar mistificações sobre o futuro. Em ambos os casos, essas metodologias se aplicam em todo tipo de projeto onde seja difícil definir escopos de trabalho a priori. 

- Qual o cenário deste tema no mercado atualmente?
Com a divulgação de norma do PMI – Project Management Institute, em 2017, sobre as metodologias ágeis, ficou consagrado que elas não antagonizam com as metodologias convencionais, mas sim complementam o convencional para situações específicas onde há imprevisibilidade quanto ao futuro. Acredito que as metodologias ágeis ainda serão mais usadas, e mais desenvolvidas, para não servirem apenas a projetos de tecnologia.

- Dentro da gestão de negócios, como os métodos ágeis contribuem ao contorno de desafios complexos?
A abordagem lean startup defende a adoção de metodologias ágeis para a criação de negócios. Trata-se da dificuldade de criar negócios digitais, situação em que a imprevisibilidade reina e torna pouco úteis os planos de negócio convencionais. Mas, para negócios complexos, porém previsíveis, as metodologias convencionais e as análises de cenários continuarão a exercer papel fundamental. 

- Qual o impacto na gestão de líderes que não possuem este conhecimento?
A maior armadilha para quem decide adotar as metodologias ágeis é a crença errônea de que elas dispensam o planejamento. Em um mundo pleno de riscos e incertezas como é o dos projetos, qualquer fragilização do planejamento costuma trazer consequências desastrosas. Os próprios autores do Manifesto Ágil afirmavam que se tratava muito mais de uma mentalidade do que de um conjunto de técnicas de gestão. Uma mentalidade visando o foco em resultados, a relação com interessados e a concentração das equipes dedicadas à execução planejada do escopo do projeto. Por se tratar de uma mentalidade, poucos líderes estão “preparados” para ela, e a resistência às mudanças na adoção das metodologias ágeis é o principal desafio a enfrentar.
 

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