Em 2017, após a maior reforma nas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), foi criada uma nova modalidade de jornada de emprego. Este é o caso do contrato intermitente, que possibilita às organizações o recrutamento esporádico de profissionais, remunerando-os somente pelo período em que prestarem serviço à empresa.
O novo modelo permite às corporações contratar colaboradores para trabalhar apenas algumas horas, dias, semanas ou até alguns meses. A jornada intermitente pode ser muito eficaz em diversos setores da economia como bares e restaurantes, que podem convocar garçons em horários de pico, e transportes, com motoristas sendo chamados por viagem.
De acordo com a pesquisa do IBGE, PNAD Contínua, de março, mais de 25% da população que está empregada, não tem proteção trabalhista. O contrato intermitente surge como alternativa, pois garante férias proporcionais remuneradas, décimo terceiro, FGTS e direito à previdência.
Além disso, a possibilidade da flexibilização do horário de trabalho pode atrair os mais jovens. Segundo brasileiros nascidos entre 1982 e 1998, que dizem ter pré-disposição a trabalhar em diferentes horários, 88% acreditam que essa forma de emprego os torna mais engajados às empresas, conforme pesquisa da Deloitte.
Nesse contexto, surgem algumas preocupações e dificuldades por parte de empregados, gestores e proprietários. Uma delas é a maneira de incentivar um funcionário de contrato intermitente que trabalha apenas três meses do ano e não tem contato frequente com a sua equipe.
Aliados a um gestor que incentiva os funcionários a exercerem suas funções com dedicação, estão o compromisso e a responsabilidade do profissional como as principais virtudes na realização do trabalho. O estreitamento da relação e a maior compreensão de cada profissional despontam como as principais ferramentas para manter esta categoria de colaboradores engajados, pois assim é possível ressaltar e sempre lembrar da missão e dos valores da organização no curto período de tempo trabalhado pelo funcionário. Além disto, confira os principais pontos para motivar os profissionais intermitentes:
- Oportunidades de aprendizado: Destacar como um benefício de diferenciação no mercado de trabalho as singularidades da vaga que o capacitarão como colaborador e como humano;
- Autonomia: Firmar a vantagem da autonomia que o trabalho intermitente disponibiliza ao profissional, enaltecendo a importância de utilizar-se com a devida responsabilidade;
- Reconhecimento: Valorizar e vibrar com a realização de trabalhos específicos por parte do colaborador. Esta iniciativa faz com que seja visto o resultado entregue.
Para ajudar empregadores em geral a entender melhor o funcionamento do contrato intermitente, a ABRH-RS oferece curso sobre a reforma trabalhista, com o objetivo de informar sobre os principais impactos da mudança ao Corpo Gerencial da Empresa e às pessoas que atuam em Recursos Humanos. A formação também ensina aos participantes como evitar situações de risco à organização.