Saiba como a era do funcionário-cliente está mudando o RH

 

Um novo conceito de gestão vai deixar muito chefe das antigas de cabelo em pé. A ideia central é que as empresas devem tratar os empregados tão bem quanto seus melhores clientes. Se bem-sucedidas, serão recompensadas além do esperado.

Todo mundo sabe que funcionários motivados são mais eficientes, dão mais de si mesmos, trabalham pesado e ficam menos doentes. Quando se sentem importantes e apreciados, permanecem mais tempo na companhia, o que evita gastos desnecessários com recrutamento e treinamento de novos profissionais. A ABRH-RS possui um curso sobre Estratégia e Cultura Organizacional, que também capacita novos profissionais.

Um estudo da Bain & Company de 2015 mostra que, se os trabalhadores satisfeitos produzem o equivalente a 100 pontos numa escala de produtividade, os engajados alcançam 144 pontos. Agora, a parte realmente surpreendente: indivíduos inspirados (um novo termo) chegariam a 225 pontos nessa escala. Seriam necessárias duas pessoas e meia satisfeitas para ter a mesma entrega deles. Em outras palavras: com quase três trabalhadores a menos, a organização alcançaria o mesmo resultado.

Como inspirar os funcionários? Da mesma forma como se faz com os consumidores: criando experiências incríveis, que sejam lembradas em todos os momentos da vida, e não só quando se está no serviço.

Quase 80% dos 10 000 líderes de RH e de negócio de 140 países ouvidos pela Deloitte consideram a experiência do trabalhador uma tendência importante ou muito importante para a sobrevivência da organização. No Brasil, são quase 95%. Os dados estão no relatório Global Human Capital Trends, de 2017.

Tudo indica que, a partir de agora, o empregado também terá sempre razão. Bem-vindo à era do funcionário-cliente.

 

  • Situação insustentável

Em todo o mundo, apenas 13% dos trabalhadores estão engajados em suas empresas, segundo o Gallup. A maioria reclama do excesso de burocracia. Processos de aprovação ineficientes, reuniões desnecessárias, falta de autonomia e dificuldades do dia a dia minam seu sentimento de satisfação e, principalmente, o de inspiração.

Os próprios respondentes da pesquisa da Deloitte reconhecem que a situação é ruim: somente 14% dos executivos acreditam que os processos internos para colaboração e tomada de decisão funcionam bem.

A consequência é que até nos Estados Unidos, país que é considerado referência quando se trata de eficiência, as companhias têm sofrido com a menor entrega da mão de obra. De acordo com o relatório da Deloitte, a produtividade dos americanos cresce cerca de 1% anualmente — apesar de as pessoas trabalharem mais. Nos anos 2000, os empregados tiravam, em média, 20 dias de férias por ano. Atualmente, esse número não passa de 16.

O cansaço tem aumentado o número de casos de burnout, um estágio avançado de estresse. Dos que pedem demissão, metade alega sentimento de exaustão, segundo um estudo realizado pela Kronus Incorporated e pela Future Workplace, publicado em janeiro deste ano.

Se os trabalhadores mais velhos (a geração baby boomer) eram resilientes, aguentavam o tranco e ficavam na corporação por cerca de dez anos, os mais jovens, nascidos na década de 90, abandonam o barco em três anos, em média, segundo dados de 2016 do Bureau of Labor Statistics, dos Estados Unidos.

Com tanta gente saindo, a área de recursos humanos gasta para atrair, selecionar, treinar e gerenciar os profissionais que entram. De acordo com o Work Institute, essa movimentação mais a perda de produtividade (cada novo funcionário leva dois anos para produzir o mesmo que o antecessor) e o baixo engajamento fazem com que as organizações dos Estados Unidos percam cerca de 11 bilhões de dólares anualmente.

Transformar a experiência do empregado é uma tentativa não apenas de seduzir e segurar os talentos cruciais mas também de otimizar o potencial individual e coletivo da força de trabalho. “A capacidade de atrair, reter e obter resultados de sua equipe é primordial para o sucesso da empresa”, diz John Sigmon, diretor executivo de RH da American Association of Retired Persons.

Mas, apesar de a maioria considerar a estratégia importante para a sobrevivência dos negócios, 59% dos executivos entrevistados pela Deloitte concordam que não estão prontos para esse desafio, e apenas 22% reportam que sua empresa oferece uma vivência diferenciada.

 

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