Um bom gestor sabe que é importante acompanhar o trabalho de sua equipe. Mas este acompanhamento nem sempre acontece de maneira adequada, deixando de lado o retorno sobre as atividades realizadas. Uma avaliação com observações positivas ou críticas construtivas é a melhor maneira de orientar um colaborador. Esse retorno é chamado de feedback e é essencial para o progresso de qualquer profissional. O vice-presidente da ABRH-RS, Ério Nascimento, o conceitua como uma excelente oportunidade para o profissional se dar conta do impacto dos seus atos e resultados. “Sempre é bom quando ele reforça comportamentos desejados, sinalizando que o indivíduo está apresentando desempenho igual ou superior ao esperado. Nos casos de feedback corretivos, o objetivo é a mudança de comportamento, visando a melhora. Afirmo que é ‘ouro’ para o profissional, já que oportuniza alocar esforços de maneira objetiva para melhorar o seu desempenho e aceitação no ambiente organizacional”, explica.
É preciso preparar a pessoa para receber um feedback e deixar claro que você está fazendo isso. Se você for orientar um funcionário, escolha um local reservado e tenha cuidado na hora de apontar os pontos mais fracos. Sempre destaque o que há de bom no trabalho e demonstre que você acompanha o desempenho dela. Se você pretende passar um feedback para seu chefe, tente conversar mais e comece por destacar os pontos mais positivos. Use um tom amigável e evite apontar somente as falhas. O cargo de chefia pode criar algumas barreiras contra as críticas, por isso, o indicado é estar preparado com dados e observações construtivas na hora de iniciar a conversa.
Entretanto, este retorno pode se tornar um empecilho se não for aplicado corretamente. Nascimento explica que o retorno pode ser negativo para motivação e desenvolvimento profissional de quem está recebendo o parecer, uma vez que ele não represente a realidade ou é dado com agressividade ou desleixo. “O liderado não valoriza ou até mesmo desenvolve antipatia para o processo de feedback e para o seu gestor nesses casos”, diz.
Para esclarecer sobre essa importante ferramenta e ajudar os gestores a entender a importância desse processo, o vice-presidente da ABRH-RS elenca um guia com os principais pontos e a maneira mais produtiva de aplicar um feedback:
- Sempre use fatos que permitam, a quem está recebendo o feedback, identificar o motivo do mesmo. Exemplo: “Você está com desempenho muito bom, nos últimos meses entregastes o seu controle de pagamentos a terceiros sempre dentro do prazo e sem erros; continue assim. Parabéns”.
- Aloque algum tempo antes de dar o feedback para organizar a sua fala, permitindo o uso de linguagem adequada e acessível para quem vai recebê-lo, além de equilibrar o seu ritmo de forma que não iniba ou humilhe o profissional.
- Disponibilize tempo e oportunidade para o profissional raciocinar e se manifestar em relação ao feedback recebido, permitindo a você ter certeza que ele entendeu, bem como identificar a sua participação como líder no desempenho do profissional.
- Transforme o processo de feedback em uma atividade de “ConversAção”, ou seja, crie um ambiente de conversa entre colegas, que muitas vezes trabalham há anos juntos. Que a resultante seja a geração de ações e compromissos para melhoria de desempenho e relacionamento dos profissionais. Quando conseguimos alcançar este nível de maturidade, o processo de aprendizagem é mútuo e contínuo.
